ECOS#2 _ 19 – 22 SETEMBRO 2013

Se desde sempre a escuta esteve ligada à nossa capacidade de sobrevivência e de orientação espacial, o som é uma matéria vital para mapear a nossa relação com os lugares.

Mais de 50 anos depois de Guy Débord ter lançado os seus escritos sobre a Deriva Situacionista e a Psicogeografia e numa altura em que a georeferenciação e a Internet transformaram as possibilidades contemporâneas de mapear, o ECOS convida para mais um fim-de-semana de encontros sobre Escuta e Lugar. Desta vez, sobre o que significa mapear através do som. ECOS #2 convida artistas, cientistas e o público a partilharem os seus pontos de vista e de escuta num fim-de-semana com diferentes escalas e perspectivas.

No Palácio Sinel de Cordes quinta-feira dia 19 de Setembro, começam os trabalhos da oficina Unlikely Places de recriação da peça Come Across. Na sexta-feira às 18h, Jennie Savage apresenta uma instalação com as mais de 100 peças recebidas do mundo inteiro em resposta ao RADIO OPEN CALL Intermission: Audio portraits of Place – Mapping the Space between A and B. Também às 18h João Bento inaugura a instalação DIÁRIO SONORO – 366SoundDailyProject. A partir das 21h30, projectamos a trilogia de filmes de Manon de Boer Sylvia Kristel – Paris, Resonating Surfaces e Think about Wood, Think about Metal em torno da narrativa sonora de três mulheres e como esta se relaciona com a superfície dos espaços e das cidades em que viveram durante os anos 1970.

No sábado, visitamos o silêncio laboratorial da Câmera Anecóica no Instituto Superior Técnico guiados pelo Professor Bento Coelho e terminamos a jornada com uma conversa moderada por Sandy Gageiro com os convidados do ECOS #2, aos quais se junta Luís Cláudio Ribeiro, responsável pelo projecto Lisbon Sound Map. Esta conversa é transmitida online pela Stress.fm.
No domingo às 19h no Palácio Sinel de Cordes, terminamos o fim-de-semana ECOS com a peça Come Across recriada pelos Unlikely Places e pelos participantes do workshop para a cidade de Lisboa. Benvindos.


19-22 SETEMBRO

OFICINA UNLIKELY PLACES / 10-13h e 14-17h / Trienal de Lisboa_Palácio Sinel de Cordes

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COME ACROSS

Come Across é um workshop/performance orientado pelo colectivo Unlikely Places (Diogo Alvim, Eduardo Patrício e Rui Chaves) baseado no Sonic Arts Research Centre em Belfast, um centro de pesquisa líder no campo da música, tecnologia e artes sonoras. O evento explora as relações entre espaço urbano, mapeamento, field recording, sound walk e memória, com vista à realização duma nova versão da performance Come Across, a partir da cidade de Lisboa.

INSTALAÇÃO JOÃO BENTO / Trienal de Lisboa_Palácio Sinel de Cordes

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DIÁRIO SONORO – 366SoundDailyProject

Sons gravados diariamente durante 2012. Diário Sonoro – Versão Calendário
Madeira- 366 outputs jack. Cabos eléctricos. Headphones. Arduino e leitor mp3.

Em 2012 decidi gravar sons todos os dias. Nesta Instalação podemos escutar conversas (com familiares, amigos e desconhecidos), criações sonoras desenvolvidas em residências e colaborações artisticas, a feira da Ladra em Lisboa, o mercado de uma pequena cidade como o Fundão, as ruas de Nova Delhi, o mar de Goa, os cânticos de Monges nos Himalayas, o vento no estreito de Gibraltar entre muitos outros sons. Este projecto partiu da vontade de organizar as minhas gravações sonoras, sendo um veículo para a pesquisa e estudo dos registos de uma memória diária. Explorando o modo como captar, reproduzir e mapear estes mesmos sons. Apresento no centro de Documentação do ECOS a primeira versão instalada do projecto.

Inauguração sexta-feira dia 20 de Setembro pelas 18h. Após o ECOS #2, esta instalação mantem-se no Palácio Sinel de Cordes de 24 de Setembro até 20 de Outubro e pode ser visitada de terça a domingo das 10h às 18h.

+ info: 366soundailyproject.com

RADIO OPEN CALL / JENNIE SAVAGE / Trienal de Lisboa_Palácio Sinel de Cordes

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INTERMISSION: Audio portraits of Place – Mapping the Space between A and B

During ECHOES #2, Jennie Savage presents more that 100 radio pieces received from all over the world in response to the RADIO OPEN CALL Intermission: Audio portraits of Place – Mapping the Space between A and B. This OPEN CALL can be listened in an installation in Sinel de Cordes Palace and through online programme broadcasted by Stress.fm during the whole ECHOES weekend. Both the opening at the palace and the starting of online broadcast happen this friday 20th at 6 p.m. In the palace or online, everyone is invited to listen to it.

What can a field recording tell us about architecture?

When we think about architecture we think of how a building looks, it is dominated by the tyranny of the visual. How a place looks is only a small part of being there. The sound of a place, although perceived secondarily, is fundamental to our experience of it.

‘Intermission’ was an international ‘open call’ inviting artists to collaborate in the construction of an audio map by making a ‘portrait’ of their locality – mapping the air space between A & B. Over 105 people responded to this call from many countries. Their responses create a map, but also take us on a journey. The map is a sonic register indexically linked to specific places, whilst the journey emerges through the individual works and the inevitable connections and narratives between them. As the programme unfolds it will create the sensation of listening to a map whilst simultaneously hearing the unfolding of intimate and ephemeral moments.

In these coherent drifts through sonic worlds there is a sense of making sense of place and an aesthetic pleasure in the recording of a cycle ride through a city whilst whistling ‘The Girl From Ipanema’ or birdsong next to a motorway.

This is the first way that this map of field recordings can tell us about architecture & place, because they record places as lived environments rather than images. They describe inhabited townscapes, places where people get off a bus, go into a shop, talk in a cafe, bump into a friend, take children to school or attend a public event. All of these activities make up the fabric of life, but they are not ‘about’ architecture, architecture happens around these events. It is a backdrop. Being able to listen reminds us that another kind of place exits. It is a place of rhythm, pathways, habits, memories, connections, conversations and experiences. This city happens around architecture and not because of it. Through these recordings we can hear these invisible landscapes. Where does laughter, conversation, live music, happen, and where is it absent? What are the centers? Where is the beauty?

This audio map is the playing out of sounds, ideas, field recordings, footage and imaginings from geography to create a new topography- a new map. A map that connects sounds to place and then forges connections between places. It connects people and ideas. Situations that seemed singular have become multiple. We listened to every audio file that we had been sent. This experience was incredible and rich and so many artists have collaborated with us the job of organising the broadcast became one of drawing pieces into conversation. Five main ‘programmes’ have emerged and these will be played out over the course of the weekend.

‘Territories’ The individual, community, locality, corporate, global, bought into conversation.

‘Convergence’ Organic sound and the human made intermesh. Our voices lie somewhere between birdsong and traffic drone, a factory, a glitch, a shopping mall, an airport a train station, their convergence as audio portrait of place and human experience.

‘Psychogeographies’ The manifestation of time through place, interrogating sonic landscapes to reveal secret histories through anecdote, folklore and personal narrative.

‘Reflexivity’ Questioning the idea of field recording and the charge of the documentary moment or responding to the idea of the Journey.

‘Disorienteering’ Field recordings are taken as a starting point, distorted, manipulated or pushed to abstraction.


PARTICIPANTS

Acoustic Mirror // Madrid, Spain

Alan Dunn and Jeff Young // Liverpool, UK

Alan Gleeson // Berlin, Germany

Aldene Rocha and Ingeborg Blom Andersskog // Rio de Janeiro, Brasil

Alejandro Cornejo Montibeller // Lima, Perú

Alejandro Villegas // Bogotá, Colombia

Aline Dufat // London, UK

Amira Hanafi // Cairo, Egypt

Ana Gandum // Lisboa, Portugal

Antonio Bermúdez // Bogotá, Colombia

Ashley Scott // Newcastle, Australia

Balam Ronan // Querétaro, México

Becky Grajeda // Chicago, Illinois, USA

Betelhem Makonnen // Rio de Janeiro, Brasil

Brendan Baylor // Iowa City, USA

Camille Lacroix and Flora Detraz // Paris, France / Stockholm, Sweden

Charlotte Wendy Law // London, UK

Chris Wood // London, UK

Christopher DeLaurenti // Williamsburg, VA USA

Cristina Gaviria Beltrán // Bogotá, Colombia

Dafydd Sills-Jones // Aberystwyth, Wales

Damir Kustic // Rijeka, Croatia

David Blamey // London, UK

David Brazier, Kelda Free and Advent Sorrow // Perth, Australia

David Tarnow and Doug Wright // Camino de Santiago in France and Spain

David Tomaloff // Racine, Wisconsin, USA

Dirk Elst // Ghent, Belgium

Dixie Treichel // Minneapolis, MN, USA

Elisabetta Senesi // Florence, Italy

Elizabeth Ross // México City, México

Emiliano Battistini // Rimini, Italy

Eric Leonardson // USA

Estelle Rosenfeld // Ramsgate, UK

Félix Blume // Mexico City, Mexico/France/Belgium

Flavien Gillié // Niévroz, France

Gabriel Dernbach // Berlin, Germany

Gintas k // Marijampole, Lithuania

GRAU/T // Essen, Germany

Greg Ruben // Brooklyn, New York, USA

James W. Norton // London and Cambridge, UK

Jan Van Den Dobbelsteen // Eindhoven, The Netherlands

Jess Allen // Herefordshire, UK

João Bento // Portugal

John F. Barber // Vancouver, Washington, USA

Jordan Cleland // Indianapolis, IN, USA

Jorn Ebner // Berlin Kreuzberg, Germany

José Pastor // Aldeia do Mato, Portugal

Julia Heslop // Newcastle upon Tyne, England

Jurgen de Blonde – Aifoon // Belguim

Kevin Logan // London, UK

Larry Achiampong // London, UK

Mandy Williams // London, UK

Marcelo Armani // Canoas, Brasil

Marco Lampis // Italy

Maria Balabas // Bucharest, Romania

Maria Best // Saarbrücken, Germany

Maria Papadomanolaki // London, UK

Mario Lautier Vella // Hertfordshire, UK

Mark Hardy // USA

Marssares // Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

Matt Warren // Hobart, Australia

Mauro Sá Rego Costa // Rio de Janeiro, Brasil / Havana, Cuba

Michael Cousin // Wales, Cardiff

Munan Øvrelid and Marcellvs L // Berlin, Germany

Natasha Lowe Swingler // London, UK

Nigel Helyer // North Fremantle, Australia

Noah Jurcin // Chicago, USA

Paul Collins // Paris,France / Toronto, Canada

Pedro Garbellini // São Paulo, Brasil

Peter Barnard // Buckinghamshire, UK

Peter Lenaerts // Brussels, Belgium / Sydney, Australia

Peter Strickmann // Saarbrücken, Germany

Rachel Andrews // Co Leitrim, Ireland

Radio APPROXIM // Uden, Netherlands

Randolph Jordan // Vancouver, Canada

Random Order Collective // London, UK

Rebecca Louise Collins // The Dyfi Biosphere, Mid-West Wales

Renee Lauzon // USA

Riccardo Benassi // Berlin, Germany

Saba Hasan // New Delhi, India

Sam Heydt // NYC, USA

Sierra Mitchell // Chicago IL, USA

Simon Serc Pharmafabrik // Haidenschaft, Slovenia

Sirpa Jokinen // Helsinki, Finland

Speculum // Los Angeles, USA

Stuart Craig // Newcastle-upon-Tyne, UK

Susanna Jurvanen // Finland

Tariq Emam // Scarborough, UK

The Psychogeographical Commission // Glasgow, UK

Tricia Flanagan // Kowloon City, Hong Kong

Ulrich Ludat // Saarbrücken, Germany

Uwe Kirsch Aka Genarten // Bremen, Germany

Virgilio Oliveira // Currently living in London, UK.

William Diaz // Bogotá, Colombia

Wiska Radkiewicz and Andrea Cohen / Soundson Collectif // France / USA

Yorgos Taxiarchopoulos // Athens, Greece

SEXTA-FEIRA / 20 SETEMBRO

FILMES MANON DE BOER / 21.30H / Trienal de Lisboa_Palácio Sinel de Cordes

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SYLVIA KRISTEL – PARIS
[Super-8 film passado para video, cor, 4:3, stereo, falado em Francês, legendas em Inglês, BE, 2003, 39′]

Com Sylvia Kristel / Imagem Manon de Boer / Montagem Inneke Van Waeyenberghe & Manon de Boer / Som Manon de Boer / Banda Sonora George van Dam & Manon de Boer

Sylvia Kristel – Paris é um retrato de Sylvia Kristel, mais conhecida pelo seu papel no clássico filme erótico de culto dos anos 1970 Emmanuelle, e também um filme sobre a impossibilidade da memória na relação com a biografia. Entre Novembro 2000 e Junho 2002 Manon de Boer filmou as histórias e memórias de Kristel. Em cada sessão ela pediu a Kristel que lhe falasse sobre uma cidade em que tivesse vivido: Paris, Los Angeles, Bruxelas ou Amsterdão, ao longo dos dois anos ela falou em diversas ocasiões da mesma cidade. À primeira vista a colecção de histórias parece formar uma espécie de biografia, mas o o tempo mostra-nos essa impossibilidade: a impossibilidade de criar enredo sobre a vida de alguém e transformá-lo numa narrativa coerente.


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RESONATING SURFACES
[16mm passado para video, cor, 4:3, dolby surround, falado em Francês e Português, legendas em Inglês, BE, 2005, 39′]

Com Suely Rolnik / Imagem Sébastien Koeppel / Montagem Manon de Boer / Conceito de banda sonora Manon de Boer; George van Dam / Composição; Violin George van Dam / Captação de Som Manon de Boer, Bastien Gilson / Montagem de Som Bastien Gilson, George van Dam / Mistura final de som Christian Cartier – Le Fresnoy, studio national des arts contemporains / Produzido por Blitz vzw/ Manon de Boer / Co-produzido por Le Fresnoy, studio national des arts contemporains, Jan Mot, Transmedia – Hogeschool Sint-Lukas Brussel / Com o apoio de Flanders Audiovisual Fund

Resonating Surfaces é um retrato triplo: uma cidade, uma mulher e uma atitude perante a vida. A história pessoal de Rolnik, uma psicoanalista brasileira atualmente a viver em São Paulo, envolve a ditadura no Brasil nos anos 60 assim como o ambiente intelectual parisiense em torno de Deleuze e Guattari nos anos 70. O filme é tomado por diferentes temas: o outro e a relação com a alteridade, a ligação entre o corpo e o poder, a voz e, em ultima análise, a micropolítica do desejo e da resistência.


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THINK ABOUT WOOD, THINK ABOUT METAL
[16mm passado a video, cor, 4:3, dolby suround, falado em Inglês, BE, 2011, 48′]

Com Robyn Schulkowsky / Cinematografia Sébastien Koeppel / Montagem Manon de Boer / Musica composta e tocada por Robyn Schulkowsky excepto ‘WDR’ composto pro George van Dam e tocado por Robyn Schulkowsky e ‘Spree’ composto e tocado por George van Dam / Captação de Som Aline Blondiau / Montagem de Som George van Dam, Christian Cartier e Manon de Boer / Mistura final de Som Christian Cartier – Le Fresnoy, studio national des arts contemporains / Produzido por Auguste Orts / Co-produzido por Jan Mot e Van Abbemuseum (NL) / Com o apoio de Flanders Audiovisual Fund e Le Fresnoy, studio national des arts contemporains (FR)

Numa série de filmes em que descobrimos o retrato de uma mulher, Manon de Boer continua as suas experiências durante o encontro com Robyn Schulkowsky. Em Itália e na Alemanha, a rotação da lente conduz-nos numa falso loop onde o visível é metamorfoseado pelo audível. Os seus encontros são marcados pelo quotidiano de uma percussionista confrontada com alguns compositores contemporâneos cuja evocação perturba a fruição das peças tocadas. O som anima a visão dos espaços da performance. (Gilles Grand) Think about Wood, Think about Metal é o terceiro retrato cinematográfico numa trilogia dos anos 70. Os outros filmes são Sylvia Kristel – Paris (2003) e Resonating Surfaces (2005).


SÁBADO / 21 SETEMBRO

VISITA ACÚSTICA CÂMARA ANECÓICA / 17h / Centro de Análise e Processamento de Sinais - Instituto Superior Técnico

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Uma câmara anecóica é uma sala projectada para absorver a quase totalidade das reflexões sonoras emitidas no seu interior, simulando a escuta em campo aberto. Dentro de um lugar como este podemos sentir-nos mais próximos do que seria o silêncio absoluto, se este existisse. Em limite, podemos ouvir o interior do nosso próprio corpo. Esta câmara é um espaço de laboratório fundamental para o Centro de Análise e Processamento de Sinais no Instituto Superior Técnico, dirigido pelo Professor Bento Coelho que, no Sábado, nos apresentará o trabalho que aqui é desenvolvido, nomeadamente os mapas de ruído de cidades como Lisboa ou São Paulo.

CONVERSA SANDY GAGEIRO + convidados / 21.30h / Streaming : www.stress.fm

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SANDY GAGEIRO – MODERADORA

COM: DIOGO ALVIM / EDUARDO PATRÍCIO / JENNIE SAVAGE / LUÍS CLAUDIO RIBEIRO / RUI CHAVES

A reverberação permanente da ponte 25 de Abril, o comboio da Linha de Cascais e as buzinas dos navios turísticos sobre o Tejo dizem-nos que estamos na zona sul de Lisboa. Tráfego aéreo e rodoviário liga-nos ao ângulo norte da cidade. Se nos cruzarmos com um baile de idiomas, acompanhado pela toada de empilhadoras e máquinas registadoras sabemos que estamos entre a Mouraria e o Martim Moniz. De que forma sentimos este tapete sonoro sobre o qual caminhamos todos os dias? De que forma é que os sons nos ligam aos espaços?

Será que se ouve o mesmo – neste instante – em Maputo, Curitiba ou Belfast? Podemos estabelecer laços através do som? Que efeito tem o património edificado na vivência das pessoas que diariamente o ignoram? Nesta conversa vamos tentar perceber o que são mapas de sons e como se repercutem no quotidiano de especialistas e criadores. Colocaremos questões sobre o processo de construção destes catálogos: os lugares, a captação, a classificação. Tentaremos entender como a arquitectura, o ruído, a música e as conversas servem de base para trabalho académico e artístico.

DOMINGO / 22 SETEMBRO

CONCERTO UNLIKELY PLACES / 19h / Trienal de Lisboa_Palácio Sinel de Cordes
Come Across COME ACROSS

Come Across explora um série de noções como o caminhar, a experiência dos lugares, memória, mapeamento e som. A peça começa com a captação das paisagens sonoras relevantes para cada performer, e culmina numa apresentação em que cada um recria num mapa o conjunto do percursos sonoros pré-gravados, estabelecendo uma estrutura composicional definida pelo acto de caminhar na cidade.
A estrutura define-se no desenho de uma rede de percursos ramificados, cuja navegação é comprometida por operações aleatórias (o atirar uma moeda ao ar), determinando potenciais cruzamentos e/ou sobreposições de cada gravação.
O resultado consiste na reprodução, através do desenho num mapa, dos percursos individuais. A tentativa de sincronizar o movimento da mão ao ouvir o som de cada gravação, torna-se um momento de releitura e reflexão, reforçado por outras formas de documentação como texto e video. Esta versão resulta de um workshop orientado pelo colectivo Unlikely Places, em que, ao longo de 4 dias, os participantes foram descobrindo e criando os seus percursos e encontros na cidade de Lisboa.

Unlikely Places é um ensemble que reúne diferentes práticas tais como música, fonografia, improvisão, transmissão e locative media. Baseando o seu trabalho na exploração de diferentes contextos de audição, performance e improvisação, o colectivo utiliza diferentes tecnologias para relacionar, através do som, lugares remotos com identidades e contextos contrastantes.


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