Aceda aqui aos projectos radiofónicos desenvolvidos pelos artistas, investigadores e colectivos convidados para esta sexta edição da EIRA. Ouça também as suas conversas com membros da OSSO.


JOANA BRAGA

mergulho
Opondo-se ao percurso directo da intenção que conduz o sujeito ao conhecimento do mundo que lhe é exterior, reduzindo viventes e não viventes, a objectos, Walter Benjamin propôs a imersão e o desaparecimento do sujeito no mundo do qual faz parte. Tomando o encontro com o território em que a OSSO se insere e a situação concreta da residência como impulso e matéria para o desenvolvimento da investigação artística, propõe-se a exploração desta abordagem benjaminiana. Começo como estrangeira na aldeia, visitante defronte da paisagem. Procuro, por meio de deambulações sem destino em que se vão tecendo novas relações sensíveis, afectivas e imaginativas, uma experiência imersiva do espaço, o entrelaçamento com este lugar. No programa da Eira vou conversar com Diogo Alvim e Sara Morais sobre a possibilidade de fundar uma prática artística neste mergulho e entrelaçamento com o mundo; partilhar um exercício de leitura colectivo e excertos de uma peça sonora que aborda os modos como os humanos se relacionam com o território, evocando ainda uma outra forma de ser-no-mundo, a das plantas.


Conversa de Diogo Alvim e Sara Morais com Joana Braga | 06.10.21


Joana Braga. O seu trabalho artístico articula práticas espaciais, discursivas, visuais e performativas para explorar a experiência estética do espaço e também as suas dimensões culturais, políticas e sociais. Tem experimentado formatos de pesquisa que articulam a experiência corporizada do território, com a montagem e reconfiguração de vestígios nele inscritos, para questionar o espaço social. Investigadora no DINAMIA’CET-Iscte. Mestranda em Estética e Estudos Artísticos, FCSH.

JOSÉ ALBERTO GOMES

Despojos: 18000 segundos em 5 atos
Em 1969 Alvin Lucier, em I’m Sitting in a Room, propôs-nos um trabalho sonoro que se baseava num processo, em circuito fechado e potencialmente infinito, da influência de um espaço acústico num objeto sonoro .

Esta residência artística desenrola-se à volta desta mesma ideia de trabalho (potencialmente) infinito onde o elemento da perpetuação é a própria criação. Em Despojos, explorando a eliminação entre rascunho, ensaio, composição e obra. O objeto trabalhado e apresentado nesta residência será uma obra musical que todos os dias terá um acrescento de uma nova camada sobre o que foi feito no dia anterior. À medida que avançamos nos dias as camadas mais antigas vão se desvanecendo. Como tal a obra não existe nesse momento temporal, mas é sim a composição e influências permanentes induzidas por decisões presentes e passadas.


Conversa de Nuno Torres e Ricardo Jacinto com Sofia Maciel e José Alberto Gomes | 09.10.2021

Despojos I

Despojos II

Despojos III

Despojos IV

Despojos V – Com Sofia Maciel, Nuno Torres, Nuno Morão e Ricardo Jacinto


JOSÉ ALBERTO GOMES é um músico, artista sonoro e investigador. Licenciado em Composição, criou laços com as novas possibilidades tecnológicas tendo especial interesse em procurar novas formas e novos “lugares“ musicais.

Doutorado em Computer Music é docente na Escola das Artes da UCP, coordenador do Doutoramento em Ciência e Tecnologia das Artes e investigador no CITAR.

Apresenta-se regularmente em público tanto em projetos a solo como em projetos coletivos nas áreas da música, música para teatro e cinema, interatividade sonora em instalações e composição para eletrónica e instrumentos.

OFICINAS DO CONVENTO

Ambientes, histórias e outros sons do universo das Oficinas do Convento.
O programa é formado por captações feitas no contexto de atividades decorridas.
Apresentamos entrevistas, conversas, instalações, performances, concertos, bem como outros programas registados fonograficamente, na tentativa de construir um alinhamento que consiga traduzir o perfil eclético e a diversidade cultural.
Alguns blocos temáticos, mas sobretudo um alinhamento organizado de uma forma contrastante, em que o ouvinte vá sendo surpreendido pelas relações entre as peças e construa um mapa próprio a partir dos afetos criados.


Emissão das Oficinas do Convento | 05.10.2021


Oficinas do Convento – Associação Cultural de Arte e Comunicação, uma associação cultural sem fins lucrativos com sede social no Convento de S. Francisco, em Montemor-o-Novo. Tem como objectivos a recuperação e reestruturação do Convento de S. Francisco, tendo em vista a criação de condições materiais para a realização de atividades de investigação, divulgação, formação e produção na área das artes e da cultura e na defesa do património; o apoio e incremento de ações que contribuam para o desenvolvimento, entendendo-o como processo de melhoria de condições culturais e materiais, em estreita colaboração com autarquias e entidades e individualidades competentes, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras; e a promoção, apoio e realização de ações de formação artística e profissional.

RUI PINHEIRO

Conversa de Rui Pinheiro com as pessoas da Aldeia que participaram no projecto Casa de Jantar, desenvolvido no âmbito da programação da OSSO, NA RUA.


Casa de Jantar


Rui Pinheiro. Coimbra e Porto, Portugal. Colaborou em publicações nacionais e internacionais tais como BluePrint, DNA / Daily News, Télérama, Vice, People@pt, Jornal de Letras, NauXXI, Ipsilon, TSF Online, Design Curial, Domus, Epicur, Arkitekten, Getty Publications LA, Dafne Editora, Domus Web, e Arq’a também participou em edições como Homeland, News from Portugal. Expõe regularmente trabalhos em exposições colectivas e individuais em Portugal e no estrangeiro. Vive e trabalha no Porto.

SOFIA MACIEL

Erotic Sun, 2021
Erotic Sun é um segmento sonoro que compõe um projecto de investigação visual e de entrecruzamento contínuo estendido a vários territórios na sua estrutura. Trata-se de um projecto sobre um estado de retorno do corpo e autofagia – o momento solar dessa travessia que envolve a suspensão poética da totalidade, silenciada pelo interstício da própria linguagem – cruzando atemporalidades iminentes a essa escala conceptual e sensorial.
O sentido primeiro deste dispositivo digital surge enquanto composição activadora de captações descontínuas e intervencionadas pela espessura da matéria vocal, onde predomina a exploração de variações e tensões marcadas pelo carácter fusional e cêntrico das pontuadas polaridades sonoras e suas infinitudes constelares. Uma cartografia enquanto relação de atravessamentos marcados por registos e operações puramente intuitivas, recombinadas a partir de um trajecto interno e espacializado, correspondendo a um novo corpo eclipsado de imagens.


Conversa de Nuno Torres e Ricardo Jacinto com Sofia Maciel e José Alberto Gomes | 09.10.2021

Erotic Sun | 08.10.2021


Sofia Maciel (Lisboa, 2000) vive e trabalha em Lisboa, é artista visual e performativa. Licenciada pela Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, o seu trabalho aborda de modo multidisciplinar o plano poético da criação, a partir de reflexões e cartografias – em torno de constelações espácio-eróticas ou do interstício autofágico –, enquanto desdobramentos fenomenológicos materializados por meios transversais como a instalação, performance, pintura, som e vídeo. Expõe e apresenta em Portugal desde 2017 em espaços e salas como a Galeria Municipal Orlando Morais, Galeria NovaOgiva, Coliseu Porto Ageas, Museu Santa Joana, Museu Atelier António Duarte, Museu da Marioneta, entre outros.