Som Alvo é o projecto de percussão solo de Nuno Morão, criado em 2011 a partir de um convite da Granular. Em 2018, foi gravado o disco homónimo, com sete composições que desvendam uma viagem musical baseada na exploração tímbrica e polirrítmica de um conjunto de percussão com 7 membranofones (djembé, darbouka, conga, timbalões, bongós, bendir e adufe). Em 2020, a adição de um pórtico com sinos e gongos permitiu expandir as potencialidades tímbricas e rítmicas deste instrumento-constelação, e desde então está em curso a construção de uma linguagem musical que pode ir desde uma prática ancestral, primeva, do ritmo, até à evocação de estados de contemplação e meditação potenciados pela subtil repetição de padrões melódicos.
Apresentações
EIRA #1, Igreja do Espírito Santo, Caldas da Rainha (Julho 2020)
INVASOR ABSTRACTO #3, gnration, Braga (Maio 2021)
Jardins Efémeros’22, Adro da Sé de Viseu (Julho 2022)
SMUP, Parede (Julho 2022)
SOM ALVO
Som Alvo teaser III
Apresentação na EIRA #1 | 09.07.2020, gravado na Igreja do Espírito Santo, Caldas da Rainha
Apresentação no gnration | 17.04.2021 a 03.06.2021, em contexto do INVASOR ABSTRACTO #3
BEATS FOR PEEPS
por João Morado
23.05.2022
“A abordagem de Morão a esta viagem percussiva centrou-se numa incursão polirrítmica por geografias tórridas e pulsantes – congruentes com “a quente noite de Agosto” em que a sessão de gravação foi realizada –, em que certos motivos rítmicos foram repetidos, com ligeiras variações de tempo, intensidade e até de forma, em progressão, ora gizando geometrias cromáticas ricas em ressonâncias e angulosidades, ora percorrendo planícies desérticas em que pelo caminho são invocadas tribos e identidades primitivas. Foram por aqui desenhadas trajectórias circulares, tautológicas, fruto de uma prática contínua de progressiva simbiose com o instrumento, que tanto originaram hipnóticas meditações, encantadoras mesmo da mais frívola das mentes, como rituais purgativos impregnados de voodoo e magia negra.
(…)
“Ouvintes habituados a música moldada com formas sonoras mais “tradicionais” – i.e., música melodizada e harmonizada – poderão ter dificuldade em transcender na musicalidade aqui presente, que é primeva, primordial. Ainda assim, “Som Alvo” é um álbum que logra atingir em pleno os objectivos a que se propôs, constituindo uma audaz viagem rítmica que combina harmoniosamente com uma tarde a ouvir dois trabalhos seminais de dois expoentes da percussão, curiosamente ambos lançados em 1966, viz., “Drums Unlimited” de Max Roach (Atlantic Records) e “Percussion Ensemble” de Milford Graves (ESP-Disk).”
Som Alvo — solo de percussão
kit de percussão com 10 membranofones e pórtico com sinos e gongos (ver imagem abaixo)
lista de vias
01 — bombo (mic dinâmico grave, tripé curto)
02 — conga (mic dinâmico, tripé médio)
03 — djembé (mic dinâmico, tripé curto)
04 — bongós (mic dinâmico, tripé médio)
05 — bendir (mic dinâmico, tripé longo)
06 — adufe (mic dinâmico, tripé longo)
07 — OH L sinos e gongos (mic condensador, tripé longo)
08 — OH R sinos e gongos (mic condensador, tripé longo)
09 — OH L peles (mic condensador, tripé longo)
10 — OH R peles (mic condensador, tripé longo)
11 — voz (dynamic mic, tripé médio)
monição
2 monitores full range (posicionamento segundo stage plot)